Na última semana, um incidente perturbador ocorreu na Câmara Municipal da nossa cidade: uma vereadora foi hostilizada durante uma sessão. Este evento não é apenas um ato isolado de desrespeito, mas um sintoma de um problema muito maior e profundamente enraizado na política: a violência contra a mulher. Este artigo busca refletir sobre essa violência, suas manifestações sutis e descaradas, e a importância de uma união, acima de divisões partidárias, para combatê-la.
A violência contra mulheres na política se manifesta de várias formas, desde interrupções constantes que buscam silenciá-las até ataques verbais diretos. Essas ações não apenas perpetuam a marginalização das mulheres na esfera pública, mas também têm um impacto profundo em sua saúde mental e eficácia política. Essa violência, muitas vezes sutil, outras vezes descaradamente agressiva, visa diminuir a presença feminina e sua influência em espaços tradicionalmente dominados por homens.
Diante desses atos, surge uma questão crucial: a necessidade de uma bandeira comum que transcenda as afiliações partidárias – A BANDEIRA DA MULHER. Antes de sermos representantes de partidos ou espectros políticos, somos mulheres que buscam respeito, igualdade e espaço para nossas vozes. A violência de gênero na política é uma questão que afeta todas nós, independentemente de nossa posição no espectro político, e deve ser combatida com solidariedade e determinação.
No entanto, o que se observou no episódio da vereadora hostilizada foi uma dolorosa falta de solidariedade. A ausência de um posicionamento firme de lideranças femininas, independentemente de suas afiliações, é um sinal alarmante. Deixar de lado as diferenças partidárias para defender a dignidade e o respeito às mulheres na política não é apenas um ato de justiça, mas uma necessidade urgente.
É hora de unirmos nossas vozes, não apenas em defesa de uma colega, mas em defesa de todas as mulheres que ousam entrar na arena política. A violência de gênero na política é uma barreira que impede que muitas vozes femininas contribuam para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. É uma questão que transcende a política partidária e exige uma resposta coletiva.
Este é um chamado à ação para todas as mulheres, e homens aliados, na política: unir-se em apoio às vítimas de violência política de gênero. É crucial que deixemos as disputas partidárias para as urnas e nos concentremos em criar um ambiente político onde todas as vozes possam ser ouvidas, respeitadas e valorizadas. A violência contra a mulher na política é inaceitável e deve ser combatida com a força de nossa união.
A hostilização da vereadora não é apenas um ataque contra uma mulher, mas um ataque contra todas as mulheres na política. Hoje, mais do que nunca, é essencial que lideranças femininas de todos os partidos se posicionem, não apenas em solidariedade, mas em defesa de um futuro político onde tais atos de violência sejam inadmissíveis.
A luta contra a violência de gênero na política é uma bandeira que todas nós devemos carregar, independentemente de nossas diferenças. É uma questão de respeito, dignidade e justiça. Por nós, e pelas futuras gerações de mulheres na política, é hora de dizer basta. A violência de gênero na política não tem lugar em nossa sociedade, e juntas, podemos e vamos mudar essa realidade.
Gaby Morais
Referência em Representatividade Feminina. Especialista em Capacitar e Qualificar Mulheres para a Política. Estrategista política especializada em Inteligência Estratégica. Mestre em Marketing Político e Campanhas Eleitorais pela Universidade de Alcalá, na Espanha. MBA em Gestão Pública. Criadora do PodCast Voz da Vez, que debate o olhar mais humano para o futuro através da perspectiva feminina.