No universo político, a preparação é a chave para o sucesso. Ao longo de minha experiência como estrategista e mentora de mulheres tenho observado uma constante entre as pré-candidatas: uma significativa parcela inicia sua jornada sem o devido planejamento estratégico. Este fator não apenas compromete o potencial de impacto de suas pré-campanhas e campanhas, mas também as impede de reconhecer e utilizar ferramentas cruciais que têm à disposição para impulsionar sua jornada.
O planejamento estratégico não é apenas um complemento à vontade política; é a espinha dorsal de qualquer campanha bem-sucedida. Ele permite a identificação de objetivos claros, o mapeamento de estratégias para alcançá-los e a otimização dos recursos disponíveis. Sem ele, corre-se o risco de navegar sem direção em um mar de oportunidades não capturadas e esforços dispersos.
Entre as pré-candidatas que tenho mentorado, muitas não percebiam inicialmente a importância dessa etapa. Contudo, ao adotarem uma abordagem estratégica, começaram a ver suas campanhas sob uma nova luz – uma que revela caminhos e possibilidades antes ofuscados pela incerteza e pela improvisação. É um despertar para a realidade de que possuem, sim, ferramentas poderosas para dar início a ações de pré-campanha impactantes e significativas.
Não há tempo a perder. O momento de agir é agora. E como diz a palavra de Deus em Faz com o que tens na mão”. Este ensinamento é vital. Em vez de focar nas limitações, como a falta de dinheiro, devemos concentrar nossas energias e atenção nos recursos que possuímos.
Onde colocamos nosso foco, lá com certeza se expande. Isso não significa, porém, ignorar a realidade financeira das campanhas e principalmente das candidaturas femininas. É uma verdade incontestável que dinheiro é necessário. Afirmar o contrário seria desconsiderar um dos pilares fundamentais da organização e execução de qualquer campanha política.
Entretanto, é crucial entender que, embora o dinheiro seja um recurso indispensável, ele não substitui a necessidade de um planejamento estratégico sólido. O financiamento pode viabilizar ações, mas somente um planejamento cuidadoso e estratégico define quais ações serão essas e como elas contribuirão para o alcance dos objetivos da campanha. Aliás, sem planejamento com certeza o recurso será mal utilizado.
Portanto, a mensagem que desejo transmitir às pré-candidatas e a todos os envolvidos no processo eleitoral é clara: Levante-se mulher e faça o que tem que ser feito. Invistam tempo e esforço no planejamento estratégico de suas pré-campanhas. Identifiquem suas ferramentas, mapeiem seus recursos e definam suas estratégias com clareza. Com planejamento, determinação e ação focada, o caminho para uma campanha de sucesso se torna não apenas possível, mas palpável.
Em suma, o planejamento estratégico não é uma opção, mas o alicerce sobre o qual campanhas vitoriosas são construídas e o farol que guia pré-candidatas através das águas, muitas vezes turbulentas, da política. Com planejamento, foco e ação, o sucesso é não apenas uma meta, mas uma consequência.
Gaby Morais
Referência em Representatividade Feminina. Especialista em Capacitar e Qualificar Mulheres para a Política. Estrategista política especializada em Inteligência Estratégica. Mestre em Marketing Político e Campanhas Eleitorais pela Universidade de Alcalá, na Espanha. MBA em Gestão Pública. Criadora do PodCast Voz da Vez, que debate o olhar mais humano para o futuro através da perspectiva feminina.