Uma pessoa me procurou dias atrás perguntando se poderia ajudá-la a passar na entrevista de emprego, porque batia na trave e não conseguia sair dessa fase. Falei que poderia ajudá-la. Ela perguntou se eu tinha experiência com isso e na mesma hora eu lembrei do dia que eu chorei na entrevista de emprego.
Isso pode acontecer com qualquer um… inclusive uma recrutadora como eu. Não deveria ter acontecido, mas isso me fez ser mais humana e entender os anseios do coração do candidato e ser mais empática.
O ano era 2020… eu estava emocionalmente destruída! Fazia 6 meses que meu filho Samuel havia falecido. O pai do bebê foi embora de casa, 1 mês antes do casamento. Eu estava morando de aluguel e com dívidas de 50 mil reais. Como a gravidez do Samuel foi extremamente sofrida, (ele tinha uma síndrome rara onde não existia nenhum caso no Brasil e apenas 37 casos no mundo), eu virei um rato de laboratório pra entender qual era a sindrome(só descobrimos meses depois da sua partida).
Eu ia no Hospital das Clínicas em SP de 2 a 3 vezes na semana…era uma rotina cansativa, fora a crise de ansiedade por gerar um bebê que eu sabia que morreria a qualquer momento. Emocionalmente e fisicamente eu não estava preparada pra trabalhar nesses 9 meses e preferi voltar pro mercado após tudo se acalmar. Só não sabia que teria tantos lutos de uma vez.
Quando decidi voltar por mercado de trabalho por puro desespero de ter sido abandonada e vivendo de aluguel … com o caixa no negativo… eu precisava me mover! Foi aí que um conhecido do LinkedIn me chamou pra fazer uma entrevista com a chefe dele. Lá foi eu fazer algo que eu tirava de letra.
Impossível eu não tocar no assunto do porque eu estava praticamente 1 ano sem trabalhar. Comecei a contar minha história, e como eu não tinha compartilhado ainda dessa forma com ninguém, e estava muitoooo magoada, eu comecei a chorar. Me lembro de fazer força pra segurar as lágrimas no primeiro segundo, mas era a minha alma que estava chorando.
A recrutadora ficou comovida com a minha história, e mesmo eu tendo o perfil da vaga e estivesse pedindo socorro… ela nunca mais me retornou!
Eu me culpei tanto por ter chorado e por ter perdido aquela vaga!
Mas depois comecei a perceber o quanto humana e especial eu sou! Eu vacilei na minha própria cartilha, mas só eu posso avaliar o quanto eu posso entregar no ambiente de trabalho. Eu recebi um não naquele dia… mas recoloquei mais de 10 mil pessoas depois no mercado de trabalho.
Aquele fracasso não era o fim… era o começo de uma nova jornada!
Saber acolher as suas frustrações e se levantar, te ajuda a ser leal a você mesmo! Não se preocupe se falhou hoje, se chorou hoje! Amanhã é um novo dia!
Como eu sempre digo: seu pior momento não tem autoridade de definir o seu valor! 😉
Saiba se acolher e recomeçar! Vai dar certo!
Tamires Cruz
Mentora especialista em recolocação profissional e transição de carreira e CEO da empresa “Currículo Selecionado”.
Instagram: @curriculoselecionado
Linkedin: Tamires Cruz
